domingo, 27 de junho de 2010

Eliminação justa, mas a arbitragem influenciou na derrota da Inglaterra

Em jogo válido pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo, a Inglaterra enfrentou a Alemanha, em Bloemfontein, e foi derrotada por 4 x 1, resultado que resume a campanha: uma tragédia. Nunca é demais lembrar que esse confronto só ocorreu logo na primeira fase mata-mata porque o English Team conseguiu não terminar em primeiro lugar num grupo com Estados Unidos, Eslovênia e Argélia.

Após ter deixado claro a justiça que foi a eliminação, não dá pra deixar de falar do erro de arbitragem contra a Inglaterra. Após sofrer o 2 x 0, ficava a sensação que a goleada sairia ainda no primeiro tempo, mas na base do abafa, e até da sorte, Matthew Upson, de cabeça, descontou aos 37 minutos. Dois minutos depois, ou nem isso, veio o lance-chave da partida: Frank Lampard bateu por cobertura, encobrindo Manuel Neuer, a bola bateu no travessão e quicou muito, mas muito dentro do gol. Nem o árbitro Jorge Larrionda e nem o assistente Mauricio Espinoza enxergaram o que o mundo inteiro viu.


Já passou da hora da FIFA deixar de ser antiquada e adotar recursos eletrônicos. Se a Inglaterra empatasse a partida, como deveria ter empatado, não iria se expor tanto aos contra-ataques na segunda etapa. E lembremos: começou bem o segundo tempo, teve até outra bola no travessão de Lampard.

Agora, Fabio Capello 'morreu' abraçado ao 4-4-2 em linha. É injustificável tentar acomodar Steven Gerrard aberto pela esquerda, sendo que ele nunca faz essa função no Liverpool. Se for pra perdê-lo, que seja de primeiro volante então, ao menos joga numa posição centralizada, e deixaria a meia esquerda pra alguém da posição, como Joe Cole.



Tem coisas que não dá pra entender em Capello. Vimos Wayne Rooney jogar muita bola no Manchester United, muitas vezes sendo o único atacante num 4-5-1. Por que não adotar o mesmo esquema? Gerrard poderia jogar centralizado, fazendo a mesma função que faz nos Reds, jogando imediatamente atrás de Fernando Torres.

Outra coisa inexplicável é ter em Peter Crouch a melhor média de gols da Inglaterra, e ser reserva tanto de Emile Heskey quanto de Jermain Defoe. É como se ele acreditasse no rótulo de que Crouch é apenas um grandalhão que só sabe cabecear. Quem assiste aos jogos do Tottenham sabe que não é isso.

Gareth Barry deixou claro que não tinha condições de jogar a Copa do Mundo na partida de hoje. No lance do terceiro gol, perdeu a bola dentro da área alemã, que resultou no primeiro contra-ataque. No quarto gol, demonstrou constrangedora falta de velocidade e resistência pra acompanhar Mesut Özil.

Glen Johnson e Ashley Cole são os laterais ofensivos de Liverpool e Chelsea, respectivamente, que deixam, na maioria das vezes, Emiliano Insúa e Branislav Ivanovic preso atrás, pra que ambos possam atacar. Porém, sentindo que o esquema não os resguardaria caso subissem ao ataque, pouco apareceram na frente.

Pra completar, ainda teve a má Copa de todos os zagueiros, incluindo John Terry. Isso sem citar a tétrica estreia de Robert Green, com o frango mais ridículo até aqui. David James entrou e foi bem, é um dos poucos que saem com algo positivo no Mundial.

Fabio Capello ainda não sabe se ficará no comando do time.


Ficha da partida:

Alemanha: Neuer; Lahm, Mertesacker, Arne Friedrich e Jerome Boateng; Khedira e Schweinsteiger; Thomas Müller(72' Trochowski), Özil(83' Kiessling) e Podolski; Klose(72' Mario Gomez).
Téc.: Joachim Löw.

Inglaterra: David James; Glen Johnson(87' Wright-Phillips), Terry, Upson e Ashley Cole; James Milner(64' Joe Cole), Lampard, Barry e Gerrard; Defoe(71' Heskey) e Rooney.
Téc.: Fabio Capello.

Gols: Klose 20', Podolski 32' e Thomas Müller 67' e 70'; Upson 37'

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