domingo, 13 de junho de 2010

Inglaterra estreia mal na Copa do Mundo: O que fazer para melhorar?

No jogo que abriu as atividades do Grupo C da Copa do Mundo, a Inglaterra não passou de um empate por 1 x 1 com os Estados Unidos, no estádio Royal Bafokeng, em Rustemburg. Steven Gerrard abriu o placar para o selecionado inglês, mas Clint Dempsey, do Fulham, empatou, em falha terrível de Robert Green.

Fabio Capello mandou o time num 4-4-2 clássico, em linha:


Mas suas opções foram discutíveis. A começar pelo gol, onde Green não aparecia como o mais cotado e nem o mais preparado pra função, e provou isso no absurdo frango que sofreu.

Na zaga, Ledley King começou como titular, mas, como sempre, precisou ser substituído no intervalo por conta de uma lesão, que o tirará, inclusive, da próxima rodada, contra a Argélia. A Inglaterra não pode ser dar ao luxo de 'queimar' uma alteração em troca de zagueiros, isso limita a apenas duas alterações as opções de Capello pra mudar a cara de uma partida onde esteja perdendo, por exemplo.

Mas o grande problema foi o meio de campo. No papel é bonito, mas na prática não dá pra jogar com Gerrard e Frank Lampard em linha na faixa central, isso exige de ambos um poder de marcação do qual não precisariam dispender se tivesse, por exemplo, Michael Carrick atrás deles, já que Gareth Barry se recupera de lesão. O meia do Liverpool ainda fez o gol, mas Lampard foi patético.

Outro problema foi James Milner. Passou a temporada quase que inteira no Aston Villa jogando como meia central, onde foi o melhor jogador do time na temporada. Não parecia o momento de tentar colocá-lo em sua antiga função de winger. Foi substituído com 31 minutos de partida, por ter levado cartão amarelo e deixando espaços no setor esquerdo, onde não conseguia marcar nem Landon Donovan, nem Steve Cherundolo.

Pra completar, a inaceitável opção por Emile Heskey. Deu a assistência pro gol, mas justificou, mais uma vez, sua pífia temporada de 5 gols em 40 jogos. Na grande chance do English Team na partida, o atacante do Aston Villa foi ridículo, chutando exatamente onde estava Tim Howard, goleiro do Everton.

Algumas soluções se apresentam quase como óbvias. Primeiro a troca de goleiros, seja por David James, seja por Joe Hart. A segunda é Jamie Carragher, Matthew Upson ou Michael Dawson no lugar de Ledley King.

Uma mudança de jogadores precisa acontecer se Capello quer jogar nesse 4-4-2. Gerrard fez alguns jogos como meia aberto pela esquerda, mas sem funções de um winger, e sim de ser o armador pelo setor, centralizando o jogo. Isso implicaria na entrada de um volante, como Carrick, e daria a Lampard a liberdade necessária pra ser um jogador que desequilibre tal qual faz no Chelsea. E não dá, em hipótese alguma, pra deixar Peter Crouch no banco.


Também pode acontecer uma mudança tática, tirando o insosso Heskey e colocando Joe Cole, com Milner jogando onde mais se destacou na temporada, de meia central, fazendo dupla com Lampard. À frente dessa linha estaria Gerrard, próximo de Wayne Rooney, tal qual faz muitas vezes no Liverpool com Fernando Torres, num 4-4-1-1. Se não for Milner, pode ser Carrick ou o titular Barry, caso se recupere de lesão; o que não dá é pra matar Gerrard e Lampard numa formação em linha.


Contra Argélia e Eslovênia, é bem provável que a formação inicial do empate contra os Estados Unidos dê pra vencer sem grandes sustos, mas Fabio Capello precisa fazer algo já na primeira fase, porque depois, no mata-mata, a pressão entre mudar ou não mudar aumenta. E olha que um confronto com a Alemanha já na fase seguinte não é nada improvável de acontecer...


Ficha da partida:

Inglaterra: Green; Glen Johnson, Ledley King(46' Carragher), Terry e Ashley Cole; Lennon, Gerrard, Lampard e James Milner(31' Wright-Phillips); Rooney e Heskey(79' Crouch).
Téc.: Fabio Capello.

EUA: Howard; Cherundolo, DeMerit, Onyewu e Bocanegra; Dempsey, Michael Bradley, Ricardo Clark e Donovan; Findley(77' Buddle) e Altidore(86' Holden).
Téc.: Bob Bradley.

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