quinta-feira, 4 de março de 2010

O que concluir de Inglaterra 3 x 1 Egito?


A Inglaterra aproveitou a última data-FIFA antes da Copa do Mundo e realizou nesta quarta-feira um amistoso diante do Egito, em Wembley, e venceu por 3 x 1, com destaque para Peter Crouch, que entrou no segundo tempo e marcou dois gols, enquanto Shaun Wright-Phillips, também vindo do banco, fez o terceiro.

Mas o que realmente deu pra concluir desse amistoso?

Em primeiro lugar, a posição de goleiro. Por ter deixado Robert Green os 90 minutos, Fabio Capello praticamente assegura David James no Mundial, indicando que o arqueiro do Portsmouth não precisa de teste. Seguindo esse raciocínio, a sensação é de que também o terceiro goleiro está definido, pois Joe Hart esteve à disposição hoje e não entrou, e não faria sentido se o treinador italiano tivesse dúvida quanto ao jovem goleiro do Birmingham e não o colocasse em campo.

A lateral direita está definida: Glen Johnson e Wes Brown. Já a lateral esquerda, que era a posição de maior expectativa, Leighton Baines atuou os noventa minutos, e ao menos defensivamente fez boa partida, ainda que pouco atuante no ataque. Parece levar ligeira vantagem sobre Stephen Warnock.

Exceto algo surpreendente, os zagueiros serão John Terry, Rio Ferdinand, Joleon Lescott e Matthew Upson, sendo esse último o reserva imediato dos dois primeiros.

O meio de campo central já tinha as definições de Steven Gerrard, Frank Lampard e Gareth Barry, e aparentemente Michael Carrick assegurou sua convocação também.

Na luta para as vagas de meias pelas pontas, quem parecia mais distante era Shaun Wright-Phillips, mas desde seu primeiro minuto em campo, substituindo um apagado Theo Walcott, demonstrou ser ótima opção, certamente ganhou uns pontinhos com o treinador. Sobre Walcott, apesar de ter sido o jogador da posição que mais atuou nas Eliminatórias, parecia um claro teste pra saber de suas condições, já que, depois de se recuperar de lesão, não voltou a ser titular no Arsenal. E, se Capello tinha no jogo de hoje o grande parâmetro, o jogador dos Gunners tem motivos pra se preocupar, sua exibição foi bastante fraca.

Outro que já parecia garantido e que ratificou sua vaga é James Milner, tendo entrado bem no decorrer do segundo tempo, mas sua principal virtude é sua imensa versatilidade, podendo atuar pelos flancos da defesa ou do meio, além de meia central.

O companheiro de Wayne Rooney no ataque também gerou expectativas. As prévias da partida indicavam Emile Heskey, em péssima fase, como titular, mas Capello acertou ao escalar Jermain Defoe, que briga pela artilharia da Premier League, de início. Porém, o avançado do Tottenham não fez grande coisa – como toda Inglaterra no primeiro tempo – e deu lugar a Peter Crouch, que se garantiu com a belíssima exibição, mostrando que, ao contrário dos rótulos que recebe, também sabe jogar com a bola no pé. Não são poucas as possibilidades da Inglaterra iniciar o Mundial com Crouch e Rooney no ataque.

Dessa forma, acredito que a Inglaterra entrará em campo diante dos Estados Unidos, em sua estreia na Copa do Mundo, com a seguinte formação (imaginando que todos estejam em boas condições físicas):

David James; Glen Johnson, Rio Ferdinand, Terry e Ashley Cole; Lennon, Lampard, Barry e Gerrard; Rooney e Crouch.


No aspecto tático, a Inglaterra postou-se no 4-4-2, mas de maneira pensa. Com Walcott pela direita, o time buscava jogadas de linha de fundo – e não conseguia, pela má partida do mesmo, além do lateral-direito, Wes Brown, ser um zagueiro. Porém, pela meia esquerda quem estava era Gerrard, que, por característica, centraliza o jogo; some a isso o fato do lateral-esquerdo Baines não apoiar e o time fica praticamente inexistente por aquele setor.

Com a entrada de Carrick no lugar de Lampard na volta para o segundo tempo, Gareth Barry teve mais liberdade pra preencher esse setor, enquanto Gerrard pôde jogar mais centralizado, passando a levar perigo em triangulações com Rooney e Crouch. A jogada do primeiro gol tem o capitão do Liverpool caindo da faixa central pra direita, já tendo ação livre pelo campo pra armar o time.

Ainda que Crouch tenha feito um partidaço, na Inglaterra especula-se a possibilidade de Capello, ao menos em jogos mais difíceis, num mata-mata, jogar no 4-2-3-1, por não ter encontrado um parceiro para Wayne Rooney. Mais importante do que isso: Rooney passou a jogar, por muitas vezes, como atacante isolado no Manchester United, dando e muito bem conta do recado, e já que falta um parceiro a ele na seleção e sobram meias, o esquema com cinco jogadores no meio pode se encaixar bem.
Penso que, se for pra jogar apenas com um atacante, o esquema certo seria um 4-1-4-1, com Barry recuado, Gerrard e Lampard no centro e dois meias abertos - Lennon e James Milner, por exemplo.

Opções não faltam para que Fabio Capello tome suas decisões.


- Inglaterra perde para Grécia e se complica na Euro sub-21

A seleção inglesa também entrou em campo nesta quarta-feira pelas Eliminatórias da Eurocopa Sub-21, a ser disputada em 2011, na Dinamarca. Jogando em Doncaster, a Grécia bateu os ingleses por 2 x 1, se isolando na liderança do grupo.

Com 10 grupos, apenas o primeiro colocado se classifica, juntamente com os quatro melhores segundos. As 14 equipes jogam um mata-mata entre si, com as sete vencedoras se juntando ao país-sede e formando os dois grupos de quatro na Euro Sub-21.

Comandados por Stuart Pearce, a Inglaterra entrou em campo no 4-2-3-1, deixando apenas Andy Carroll no ataque, enquanto Cleverley, Jack Rodwell e Wilshere armavam o time, protegidos pelos volantes Muamba e Cattermole.

O primeiro tempo foi de amplo domínio grego, mostrando o porquê é a líder do Grupo 9. Abriu o placar com Kyriakos Papadopoulos, no primeiro tempo, e ampliou com Giannis Papadopoulos, logo no início da segunda etapa. O atacante Nathan Delfouneso, do Aston Villa, descontou para a seleção de Pearce.

Formação:

Loach; Kyle Walker, Micah Richards, Smalling (Delfouneso) e Bertrand; Muamba (Sturridge) e Cattermole; Wilshere, Jack Rodwell e Cleverley (Dan Gosling); Andy Carroll.

Convocados:

Goleiros:
Scott Loach (Watford), Frank Fielding (Rochdale) e Alex McCarthy (Yeovil Town);

Defensores:
Micah Richards (Manchester City), Kyle Walker (Tottenham), Chris Smalling (Fulham), Ryan Bertrand (Reading), Michael Mancienne (Wolverhampton), James Tomkins (West Ham) e Kyle Naughton (Middlesbrough);

Meias:
Jack Rodwell e Dan Gosling (Everton), Fabrice Muamba (Bolton), Lee Cattermole (Sunderland), Jack Wilshere (Arsenal), Tom Cleverley e Henri Lansbury (Watford), Fabian Delph (Aston Villa), Jack Cork (Burnley) e Victor Moses (Wigan);

Atacantes:
Andy Carroll (Newcastle), Daniel Sturridge (Chelsea), Nathan Delfouneso (Aston Villa) e Danny Welbeck (Manchester United).


Classificação:

1º Grécia (16 pontos / 7 jogos)
2º Inglaterra (11 pontos/ 6 jogos)
3º Portugal (7 pontos / 5 jogos)
4º Lituânia (5 pontos / 6 jogos)
5º Macedônia (2 pontos / 6 jogos)

Jogos restantes: Portugal, fora de casa, e Lituânia, em casa.

Hoje, a Inglaterra é a quinta melhor segunda colocada, ficando fora da próxima fase se terminasse assim.

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