Vale dizer que os Blues são um dos times que mais fazem jus a fama de "ioiô", tamanha a regularidade com que sobem e descem entre a primeira e segunda divisão: rebaixamento em 2005/06; promoção em 2006/07; rebaixamento em 2007/08 e promoção em 2008/09. E foi durante a campanha do rebaixamento na temporada 07/08 que o atual treinador do clube, o escocês Alex McLeish, assumiu o time.
E aqui já entra um dos motivos do sucesso: continuidade. A tendência natural de uma equipe despromovida é de mandar o treinador embora no dia seguinte, mas há algo nos dirigentes ingleses, de maneira geral, que falta a muitos dos seus companheiros brasileiros: a noção do tamanho do seu time. Para um time como o Birmingham, que tem como maior feito em seus 134 anos de história a conquista de uma singela Copa da Liga Inglesa - vencendo seu rival de cidade, o Aston Villa -, não era incomum um rebaixamento, pra sair "limpando" a comissão técnica e elenco.
Veio a temporada seguinte e a disputa da Championship, conquistando um acesso tranquilo, atrás apenas do campeão Wolverhampton. Com a base do acesso e alguns reforços pontuais, o Birmingham partiria para nova luta contra o rebaixamento na temporada seguinte. Do time vice-campeão permaneceram o goleiro Maik Taylor; os defensores Stephen Carr, David Murphy, Martin Taylor, Liam Ridgewell, Franck Queudrue e Stuart Parnaby; os meias Lee Bowyer, Sebastian Larsson, Gary McSheffrey, Damien Johnson, Lee Carsley, Keith Fahey e James McFadden; e os atacantes Cameron Jerome, Garry O'Connor e Kevin Phillips. Dezessete jogadores; uns mais, outros menos importantes. Bastava agora algumas contratações.
E os reforços vieram. O então inseguro goleiro Joe Hart veio de empréstimo do Manchester City e tomou conta da posição, deixando no banco o veterano Taylor; para a defesa a certeira contratação do jovem Scott Dann, vindo do Coventry City, além do equatoriano Giovanny Espinoza e do francês Grégory Vignal; para o meio campo, foi buscar Barry Ferguson, no Rangers, e o finlandês Teemu Tainio, emprestado pelo Sunderland, e a contratação do equatoriano Cristián Benítez, junto ao Santos Laguna, do México, que se adaptou de maneira surpreendentemente rápida.
O começo da campanha foi temerário: seis derrotas em nove jogos, e lá estava o Birmingham, novamente nas últimas posições - precisamente na 16ª colocação ao término da nona rodada. Mas veio a vitória diante do Sunderland, na rodada seguinte, e desde então o time do oeste da Inglaterra não sabe mais o que é perder: além da vitória citada, outras diante de Fulham, Wolverhampton, Wigan, West Ham, Blackburn e Stoke City, e empates diante de Manchester City, Liverpool, Everton e Chelsea.
Pra aumentar ainda mais o feito do clube, já são oito jogos repetindo a mesma escalação, mesmo no período de boxing day, onde fez um jogo no dia 26/12 e outro dois dias depois. É um time de heróis, como definiu Alex McLeish.
Sonhar com uma vaga na Liga Europa parece muito para um time como o Birmingham, mas, se no começo do campeonato alguém dissesse que o time estaria, na vigésima rodada, a quatro pontos da zona de classificação da Liga dos Campeões, também pareceria um sonho.
Time-base(4-4-2): Hart; Carr, Roger Johnson, Dann e Ridgewell; Lee Bowyer, Ferguson, Sebastian Larsson e McFadden; Cristián Benítez e Jerome.
Artilheiros na temporada:
Lee Bowyer - 6 gols
Cameron Jerome e Sebastian Larsson - 4 gols
Curiosidade: Ao mesmo tempo em que possui a segunda melhor defesa, com 18 gols sofridos, ao lado de Aston Villa e Manchester United e atrás do Chelsea (16 gols sofridos), tem o quarto pior ataque, com 20 gols marcados, ao lado de Blackburn e Hull City, à frente apenas de Portsmouth (18), Wolverhampton (17) e Stoke City (15).
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